Não se torne refém do perfeccionismo

A definição da palavra “perfeito” sugere a ideia de algo “completo”, “feito de todo, sem que nada falte ou sobre”. No âmbito acadêmico, às vezes nos referimos a uma “resposta perfeita”, a uma “prova perfeita”, a uma “redação perfeita”. Trata-se de uma avaliação elogiosa, sem dúvida, mas também subjetiva: o grau de exigência de cada pessoa pode variar e aí um pequeno detalhe pode ser visto como falha, como imperfeição.

Quando uma pessoa é altamente exigente com suas obras e as dos outros, dizemos que se trata de alguém perfeccionista. Nesse caso, porém, há menos elogio do que crítica. E o pior: pessoas perfeccionistas costumam acumular uma certa dose de angústia e frustração, eventualmente chegando a uma espécie de paralisia: “Se não consigo fazer algo perfeito, é melhor nem fazer nada”, pensam. Diante de quadros assim, um desafio se impõe: desconstruir a lógica do pensamento perfeccionista. Continue Lendo “Não se torne refém do perfeccionismo”

O que fazer diante da TPP (“tensão pré-prova”) e da ansiedade em geral?

No livro “Por que as zebras não têm úlceras?”, o neurologista Robert Sapolsky nos dá uma interessante pista para entendermos a ansiedade humana. Diante da visão de um predador, o corpo das zebras as prepara para fugir e garantir sua sobrevivência, mas esse sistema fica desarmado assim que a ameaça se desfaz. Sem “sentir no corpo” os efeitos da ansiedade em situações tranquilas, esses animais (e muitos outros) não desenvolvem patologias de ordem emocional, como a úlcera.

No caso dos seres humanos, porém, nós sofremos os efeitos de uma situação de risco muito antes de ela surgir e também muito depois de ela desaparecer. É como se, no presente, nossas emoções fossem afetadas pelo que já acabou ou pelo que ainda nem começou.

Embora possa parecer algo indesejável, essa capacidade de antever cenários futuros foi responsável por boa parte das invenções humanas. O problema é que a antecipação de ameaças possíveis tem como efeito colateral uma preparação do corpo para reagir e sobreviver,  mesmo quando isso não é necessário. Diante disso, cabe perguntar: como podemos desarmar os mecanismos que provocam angústia, ansiedade, medo e tensão nas situações em que, na verdade, eles não têm utilidade e ainda nos fazem mal? Continue Lendo “O que fazer diante da TPP (“tensão pré-prova”) e da ansiedade em geral?”